Crescentes perdas no transporte de café motivaram uma reunião estratégica na Associação Comercial de Santos (ACS), realizada na tarde de terça-feira (5). O encontro contou com as Câmaras Setoriais de Transportes, Cooperativas de Café, Exportadores de Café, Café Solúvel e Armazéns Gerais, Terminais e Contêineres, com o objetivo de discutir ações voltadas à segurança logística e à prevenção de furtos e roubos de mercadorias.

A convite do coordenador da Câmara Setorial de Exportadores de Café, Ronald Moraes, e da coordenadora da Câmara de Transportes, Rose Fassina, o delegado aposentado Waldomiro Pompiani Milanesi participou do encontro representando o Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan). Com mais de três décadas de atuação na Polícia Civil, Milanesi se especializou na área de segurança no transporte de cargas.

No ano passado, o Brasil registrou mais de 10 mil ocorrências de roubo de cargas variadas. Estudo revela que os roubos de carga à noite passaram de 15,6% para 45,2% entre 2023 e 2025 no Brasil, com concentração de ocorrências no Sudeste. Os dados são do relatório “Análise de Roubo de Cargas”, divulgado pela nstech, empresa especializada em tecnologia para o setor logístico.

Segundo Milanesi, o café, por seu alto valor agregado, tem sido alvo constante de quadrilhas organizadas que desviam o produto de forma ilícita, muitas vezes por meio de exportações disfarçadas ou contratos fraudulentos.

Durante o debate, os participantes relataram desafios relacionados à rastreabilidade do café após o roubo, especialmente quando as embalagens originais são removidas. Também foram abordadas possíveis medidas de prevenção e a importância de maior integração entre os agentes da cadeia logística.